CELAC: Uma oportunidade para integração internacional

Nos últimos dias, a Argentina sediou a VII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), convocada com o objetivo de avançar na cooperação e coordenação de políticas nas áreas econômica, social e política.

Fundada em 2010, e com 33 países membros -todos latino-americanos-, a CELAC assinou durante o encontro a “Declaração de Buenos Aires”, um documento composto por 100 pontos, que afirma principalmente o compromisso dos membros de avançar com determinação no processo de integração, promovendo a unidade e a diversidade política, econômica, social e cultural dos seus Estados membros. Além disso, o documento adotou 11 Declarações Especiais por consenso sobre a questão das Malvinas; sistemas alimentares, integração energética, igualdade de gênero, entre outros temas abordados.

No âmbito do encontro, foram mantidas as divergências habituais: o presidente do Brasil, Lula da Silva, propôs o aprofundamento da integração regional, enquanto o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, destacou o caminho de uma Zona de Livre Comércio. No entanto, Lula apoiou o presidente uruguaio na possibilidade de concluir acordos de livre comércio com a China e a UE, uma vez atendidas as necessidades e prioridades nacionais. No encontro, também foi nomeado o novo presidente da entidade, Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas. Gonsalves substitui o presidente da Argentina, Alberto Fernández, cuja reeleição não obteve a recepção esperada por ele para dar continuidade à sua liderança na Comunidade.
A cúpula representou todo um marco político com a reincorporação do Brasil à comunidade, após sua saída em 2020. Também foi a primeira vez na história da entidade que os 33 países membros estiveram presentes, com os presidentes de cada país ou com a participação de seus representantes.