Os custos de energia cresceram exponencialmente como resultado da invasão russa à Ucrânia, especialmente os relacionados ao gás, que subiram 114%.
A Argentina teve que assumir uma importação de energia por US$ 5,843 bilhões, mas os preços disparados elevaram essa estimativa para US$ 12,503 bilhões. Como consequência, o Ministro Guzmán avançou no processo de convocação das audiências previstas para fazer ajustes tarifários. Embora a referida iniciativa pareça ser insuficiente para cobrir a lacuna existente entre o novo custo da energia e as capacidades de importação financiadas pelo Tesouro.
Três caminhos do gabinete econômico
- Consenso sobre combustível: o vice-chefe de gabinete, Jorge Neme, o secretário de energia, Darío Martínez, e o chefe da YPF, Pablo González, criaram uma plataforma de trabalho com representantes das principais empresas de energia do país para redirecionar combustíveis fósseis para exportar para o mercado local, para conter o custo de divisas neste setor.
- Mesa de trabalho com a União Industrial Argentina, que reúne as principais empresas do país: o ministro Kulfas garantiu que sua pasta coordenará com o setor industrial as eventuais situações de contingência por falta de energia. Embora não seja o cenário ideal, estão sendo estudados cortes nos turnos de trabalho ou esquemas de racionamento em caso de escassez crítica de gás.
- Busca de parceiros internacionais: O ministro Guzmán, com o apoio da Chancelaria, iniciou três negociações que podem gerar condições contratuais de preços e prazos flexíveis de pagamento: Chile, Bolívia e Brasil. Para os dois primeiros, as visitas do presidente chileno, Gabriel Boric, e de seu homólogo boliviano, Luis Arce, deram a possibilidade de introduzir o tema na agenda, enquanto deveria ser realizada uma negociação proativa com o Brasil, liderada pelo embaixador Daniel Scioli.
Resultados e projeções
O presidente chileno não finalizou nenhum acordo de cooperação energética. De qualquer forma, há poucos dias, um progresso significativo poderia ser feito com o governo boliviano. O presidente Arce concordou em dar prioridade à Argentina para até 18 milhões de metros cúbicos por dia de maio a setembro de 2022.
A primeira parte, de até 8 a 10 milhões de metros cúbicos, custará entre US$ 7 e US$ 9 por MMbtu, enquanto a segunda seção custará cerca de US$ 12,18. Esse preço tem tendência preferencial, pois está abaixo dos preços de mercado e representa, segundo o Ministério da Energia, uma economia de US$ 769 milhões.
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